SITUAÇÃO DOS HOSPITAIS PRIVADOS E FILANTRÓPICOS EM SANTA CATARINA POR DECORRÊNCIA DA GREVE

As entidades AHESC-FEHOESC-FEHOSC (Associação e Federação dos Hospitais e Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos) atualizam as informações sobre a situação dos hospitais privados e filantrópicos de SC com a greve dos caminhoneiros que se estende por oito dias:

Em Joinville, o Hospital Bethesda está sem gás de cozinha. A equipe do hospital organizou um Grupo de Trabalho para diminuir o impacto da paralisação. O grupo está reivindicando que sejam definidos postos de combustível para abastecimento de veículos dos hospitais, funcionários e médicos plantonistas.

O Hospital de Pinhalzinho está sem oxigênio e com cirurgias eletivas suspensas, atendendo somente urgência e emergência. A unidade recebeu doações de alimentos do próprio movimento. 

Em Caçador, o Hospital Maicé suspendeu eletivas, priorizando urgências e emergências. O hospital recebeu oxigênio na última quinta-feira e está monitorando materiais e medicamentos que não chegam às distribuidoras por não receberam das indústrias.

O Hospital Regional de Palmitos cancelou as cirurgias eletivas desta semana.

Em Joaçaba, o Hospital Universitário Santa Terezinha suspendeu as cirurgias eletivas na última sexta-feira. A unidade não descarta a possibilidade de atender somente os casos de classificação amarelo, vermelho e laranja, de urgência e emergência. As classificações verde e azul serão redirecionadas à UPA e atenção básica. A equipe precisará de apoio para se deslocar à Curitiba, em busca de medicamentos para quimioterapia. 

Em Videira, o Hospital Divino salvador cancelou as cirurgias eletivas e estão monitorando a medição.

No Alto Vale, o Hospital Regional está com dificuldade de reabastecer, e trabalha com alimentos doados pela comunidade, como frutas e leite.

O Hospital Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste recebeu oxigênio e diesel. Os materiais e medicamentos estão garantidos até metade da semana. As cirurgias eletivas desta semana foram canceladas.

Em Imbituba, o Hospital São Camilo também recebeu doação de peixes.

Em Campo Alegre, o Hospital São Luiz está com escassez de leite, porém está recebendo doação de produtores.

Em Xanxerê, o Hospital Regional São Paulo suspendeu as cirurgias eletivas até que o fornecimento de medicamentos, materiais e alimentos se regularize. A equipe está indo até o interior com o apoio da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) em busca de leite. 

O Hospital Santa Teresinha de Braço do Norte suspendeu todos os procedimentos eletivos (cirurgias e exames), mantendo os atendimentos de urgência e emergência, com racionamento de materiais, medicamentos, gases medicinais e outros insumos. A equipe está aproveitando os deslocamentos dos carros da saúde da prefeitura para coletar materiais e medicamentos dos distribuidores para o hospital.

Em Canoinhas, o Hospital Santa Cruz suspendeu as cirurgias eletivas na última sexta-feira, 25 de maio, e se encontra com problemas no desabastecimento de analgesia e sedação (Midazolam e Fentanil). A unidade trabalha com limite de materiais e medicamentos como gás e oxigênio.

Em Itajaí, o Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen está com grande dificuldade com o abastecimento de materiais, medicamentos, gases medicinais e alimentícios. A administração fez um plano de ação, cancelando cirurgias e gerenciando o consumo interno.

Em Mafra, o Hospital São Vicente de Paulo informou que a Coordenação do movimento dos caminhoneiros tem orientado os motoristas a liberar os caminhões que transportam carga viva, insumos e medicamentos. Inclusive, o Posto que fornece diesel para o hospital solicitou a emissão de uma declaração para liberação dos caminhões que estão transportando combustível.

Em Videira, o Hospital Divino salvador está em estado de alerta, pois há produtos parados nas transportadoras que não podem ser levados ao hospital.

Em Turvo, o Hospital São Sebastião está com dificuldade em receber materiais, insumos e medicamentos.

Em Lages, o Hospital Infantil Seara do Bem foi alertado dos atrasos de fornecedores, utilizando os produtos em estoque.

À pedido da Superintendência de Serviços Especializados e Regulação da SES, as entidades solicitam aos hospitais, informações atualizadas sobre cada unidade, e até que dia vai o abastecimento dos seus insumos imprescindíveis, para que o estado possa articular com a PMSC, BMSC e Defesa Civil caso necessitem de apoio quanto ao transporte de algum material que se encontre travado em algum ponto de bloqueio. A Superintendência colocou os helicópteros a disposição para o transporte de medicamentos.

Algumas unidades estão fazendo contato com o Sindicato Rural de seus municípios para a obtenção de produtos para alimentação. As entidades também orientam os hospitais a solicitarem aos produtores rurais e comércio que não descartarem seus produtos alimentícios perecíveis, e que entrem em contato com o hospital para buscar ou receber os alimentos.

De acordo com o presidente da FEHOESC e CNS, Tércio Kasten, a situação é de extremo grau crítico. “O bloqueio nas estradas, prejudica o transporte de materiais médicos prioritários e há falta de gás medicinal, material anestésico, medicamentos e insumos para o tratamento de água, além de roupas de cama esterilizadas usadas para as cirurgias. Muitos hospitais já cancelaram as cirurgias eletivas. Grande parte deles já enfrenta problemas operacionais”, destacou.

O presidente da AHESC, Altamiro Bittencourt, fala sobre sua preocupação com a falta de insumos essenciais para o atendimento da população. “A situação permanece preocupante, uma vez a grande dificuldade de localização dos caminhões com carga de medicamentos e insumos básicos, inclusive para hemodiálise. Precisamos garantir com urgência o abastecimento das redes de saúde para manter o atendimento à população”, ressaltou.

Segundo o presidente da FEHOSC, Hilário Dalmann, os caminhoneiros os hospitais estão contando com a colaboração de agricultores, e com a colaboração do movimento. “O agricultor está doando alimentos aos hospitais e os medicamento estão sendo liberados pelo movimento. Os grevistas são bastante acessíveis”, destacou. Segundo Dalman, uma reunião será realizada na tarde desta segunda-feira para a liberação de três postos de combustível para o abastecimento de ambulâncias, e veículos de médicos e plantonistas.

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