PRÓTESE DE DISCO CERVICAL: MAIS UMA TECNOLOGIA DE PONTA QUE SE TORNA REALIDADE NO HOSPITAL SANTA CRUZ.

Aconteceu no Hospital Santa Cruz de Canoinhas, nesta quinta-feira, 28, uma cirurgia inédita na região do Planalto Norte. Trata-se de um tratamento moderno para paciente com hérnia de disco na coluna cervical, normalmente realizado apenas em grandes centros e que hoje se torna realidade em nosso hospital. O médico neurocirurgião Andrei Leite de Morais, responsável por esse procedimento, explica sobre o acontecimento.

            A hérnia de disco na coluna cervical é um evento comum, porém não tão frequente como as hérnias lombares. Os sintomas apresentados pelo paciente são de uma dor localizada na parte superior da coluna, mais especificamente no pescoço e a compressão do nervo pode fazer com que a dor se irradie para o ombro ou braço. Outros sintomas incluem: dificuldade de realizar movimentos com o pescoço, sensação de dormência ou formigamento no ombro, no braço, cotovelo, mão ou dedos, além de diminuição da força em um dos braços. É importante lembrar que a maioria dos pacientes com sintomas de hérnia de disco, disco degenerado e/ou artrite no pescoço não precisam de cirurgia inicialmente. Normalmente, é iniciado tratamento não cirúrgico, podendo ser utilizado medicamentos anti-inflamatórios, fisioterapia, RPG, pilates, acupuntura, hidroterapia e/ou repouso. Muitos pacientes experimentarão alívio da dor com métodos não cirúrgicos dentro de 4 a 6 semanas, porém, para pacientes que não apresentam redução suficiente dos sintomas com limitação funcional e mecânica (limitação de movimentos por dor ou fraqueza que impeçam a realização de tarefas simples do dia a dia), a cirurgia pode ser uma opção.

Tradicionalmente, a cirurgia consiste em retirar o disco afetado/herniado e fixar este nível, utilizando-se PLACAS DE TITÂNIO E PARAFUSOS que deixam esse segmento da coluna imobilizado, ou seja, há uma perda parcial dos movimentos do pescoço. No entanto, em anos recentes, foi desenvolvida a substituição do disco cervical por uma PRÓTESE, que nada mais é que um disco artificial. Um disco cervical artificial é um dispositivo inserido entre duas vértebras no pescoço para substituir um disco danificado. A intenção do disco artificial é preservar o movimento no espaço do disco. 

                Como característica principal desse disco artificial está a manutenção da MOBILIDADE cervical bem próxima ao NORMAL. Além dessa vantagem citada, os pacientes possuem uma recuperação mais rápida, melhor adaptação às atividades no pós-operatório, menos dor residual, ausência de restrições do movimento, possibilidade de retornar mais rapidamente às suas atividades anteriores e redução da doença do disco degenerativo cervical de segmentos adjacentes da coluna cervical – pois, quando se fixa a coluna com placas e parafusos, os segmentos acima e abaixo da fusão serão sobrecarregados e poderão levar a sintomas semelhantes depois de algum tempo da cirurgia”, relata o Dr. Andrei Leite de Morais, neurocirurgião do Hospital Santa Cruz de Canoinhas, responsável por trazer mais uma técnica de “primeiro mundo” para a nossa realidade.

Além desses benefícios, existe o fato de que nos pós-operatório não há a necessidade de se utilizar COLAR CERVICAL, diferente do que acontece quando se coloca placa e parafuso para fixar a coluna, quando é necessário o uso do colar durante 6 semanas, o que traz um incômodo muito grande para o paciente.

                Antes de ser considerado para uma substituição de disco cervical, o paciente geralmente deve atender a critérios definidos, como:

  • Dor cervical significativa podendo estar associado a sintomas neurológicos, que irradiam para o braço como formigamentos e perda de força no membro (radiculopatia).
  • Quadro clínico que dure pelo menos de 4 a 6 semanas, associado a falha no tratamento não cirúrgico/conservador.
  • Perda de força e/ou movimentos de pernas e braços abaixo do pescoço, entre outros sintomas como perda do controle de esfíncteres (mielopatia cervical devido à compressão discal)
  • Bom estado geral de saúde.
  • Não ter mais do que 2 discos cervicais comprometidos.

                O cirurgião que tem experiência em cirurgia de coluna cervical por via anterior encontra-se habilitado para o implante deste tipo de prótese. O Dr. Andrei atende na clínica Neurocenter, em Canoinhas.


Fig.: à esquerda a fixação da coluna cervical com placa e parafusos; à direita o disco cervical artificial em 2 níveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

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